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quarta-feira, 30 de junho de 2010

A viajante independente.

 Decidi que já era hora de passar pela experiência de viajar sozinha. Não sei se estou fugindo de alguma coisa ou se estou perseguindo outra. Talvez eu esteja fugindo de mim mesma; talvez esteja tentando me encontrar.

Mesmo que muito provisoriamente, deixo para trás, não só a minha cidade e o meu país, mas uma parte da minha vida, composta de inquietações, problemas, incertezas. É o meu momento de libertação, embora parte de mim, eu sei, vá ficar com aquilo que deixo pra trás. Porque a saudade vai existir – já fiquei meses longe de casa e conheço a sensação –, mas estou pronta pra curtir a minha própria companhia e praticar o desapego.



Não vou estar sozinha o tempo todo, porque a ideia dessa viagem começou com o convite de um amigo para me hospedar na casa dele. Vai ser muito bom matar a saudade dessa pessoa tão querida, que se mudou para tão longe! Mas não pretendo ficar 3 semanas em uma só cidade e perder a inebriante oportunidade de ter tempo para mim mesma, sem filho, mãe, vizinho, cachorro, papagaio... Serão dias de me isolar no meio de uma multidão de desconhecidos.

Para quem está acostumado a viajar sozinho, isso tudo pode parecer trivial. Mas para quem nunca foi turista independente (e tem filho pequeno de quem morrer de saudades), é um grande passo. E faz parte de um processo de autoconhecimento pelo qual estou passando.

Quero que essa viagem seja uma overdose de desapego, com momentos de liberdade total e de intensa busca pela minha essência e independência. Quero aprender a conviver com os meus defeitos e descobrir novas qualidades; superar meus limites no que diz respeito a deixar de fazer certas coisas simplesmente porque não tenho com quem compartilhar o momento. É hora de trocar a insegurança pela disposição - e satisfação - de estar sozinha; de perder o medo de mim mesma.

Quero viajar sem acompanhante, sem roteiro certo. Quero perder referências, sair da minha zona de conforto, seguir novos caminhos. Quero fugir da ‘síndrome do overplanning’; quero me desprogramar e me reinventar. Quero encarar o imprevisível de frente, desfrutar da liberdade de ir e vir, sem ter que entrar em consenso com ninguém, além de mim mesma, acerca do próximo destino. Se for pra entrar em conflito, discutir, questionar, que seja só comigo.

Quero ser flanêur por uns dias. Na plenitude!

Fazer essa viagem sozinha foi uma escolha consciente de alguém que precisa de tempo para si própria. Muito provavelmente me perderei pelo caminho (geográfica e metaforicamente falando). Mas, aí, será uma ótima oportunidade de me reencontrar e voltar mais crescida do que antes, tendo aprendido a me virar um pouco mais sozinha. 

Não estou a exigir dessa viagem mais respostas ou descobertas do que ela pode me proporcionar. Estou apenas pronta para desfrutá-la e aceitar o que ela me acrescentará de positivo e negativo.

"Getting lost is not a waste of time".

1 comentários:

Carol Bianchini disse...

Ahh Le! A quantidade de quilômetros não importa. “Per-corra” todos os caminhos!!! O que importa é passar por cada experiência, permitir-se o que cada momento traz. E aproveite. Só isso. Seja feliz com você. E por você. E saiba q estaremos todos esperando por sua volta!