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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Da elegância.


Elegância. Substantivo melodioso, gostoso de pronunciar. E-le-gân-cia!  Até a palavra é chique! Encho a boca pra falar! Contudo, às vezes, tenho a sensação de que essa virtude anda meio esquecida no fundo de algumas gavetas.

Segundo Aurélio, pai de todos nós: e.le.gân.cia: (lat elegantia) sf 1 Graça e distinção no traje, no porte, nas maneiras. 2 Distinção na linguagem e no estilo.

A elegância de que quero tratar aqui é, antes de tudo, uma atitude. E vai muito além de sobrenome, status, roupas de grife, joias caríssimas, vocabulário rebuscado ou regras exageradas de etiqueta.  Não tem a ver com aparência, grau de instrução, dinheiro ou cultura. Tem a ver com a gentileza nas relações humanas, a maneira delicada de se tratar o outro.

Ser elegante é inserir-se no mundo sem arrogância, sem ar de superioridade. É ser suave no trato com as pessoas.  É saber debater, sem nunca subir o volume de voz; saber calar na hora certa e ouvir com humildade.

Ser elegante é jamais ser exagerado. Porque elegância é discrição. Assim, elegante é quem fala baixo, quem não ri alto demais, quem não usa decotes exorbitantes ou saias curtíssimas. Elegante é quem não faz perguntas inconvenientes ou comentários indiscretos, quem não bisbilhota a vida alheia, quem não quer saber demais. Elegante é quem dá ‘bom dia’ ao funcionário do prédio, à pessoa desconhecida no elevador. Elegante é quem não mente, quem honra as promessas que faz, quem demonstra gratidão. Elegante é quem não responde a uma agressão com outra agressão. Elegante é quem não fura filas, quem não joga lixo no chão, quem não buzina à toa no trânsito. Elegante é quem não xinga, quem não julga antes de conhecer. Elegante é não ser fútil.

Portanto, elegância não se reconhece por aquilo que a pessoa tem, mas pela forma como ela se comporta. Já dizia Machado: “há pessoas elegantes e há pessoas enfeitadas”.

Ser elegante é não invadir o espaço dos outros, não constranger quem está ao nosso redor; é fazer com que todos se sintam à vontade na nossa presença. Ser elegante é ser low profile, é elogiar mais que criticar, é não fazer fofocas, é saber consolar. Ser elegante é não querer aparecer, mas saber apreciar, com verdade, quando alguém reconhece nosso esforço, realização ou conquista.

Elegantes mesmo são aquelas pessoas que, naturalmente, atraem olhares, que se destacam, mesmo sem querer. Não tanto pela beleza física, mas pela grandeza de caráter, simpatia, gentileza, educação, nobreza de espírito e, principalmente, discrição. Porque ser elegante é saber ser reservado. "Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir." (Paul Valéry)

Isso não significa que ser elegante é abrir mão da parte estética, psíquica, cultural ou comportamental. Ser elegante é ser integral, abrangendo todos os aspectos da vida.

Ser elegante, no fim das contas, é uma questão existencial, de como você entende que se deve inserir no mundo. Não é moeda de troca, é uma escolha pessoal.

E nunca sai de moda.

Tenho a sorte de conviver com algumas pessoas elegantíssimas. Aprendo com elas diariamente, observando e colocando em uso. Porque elegância só se aprende, assim, praticando. E se faz perceber em gestos, atos, palavras, posturas e escolhas.

Que sorte a minha poder conviver com a elegância que emana de algumas pessoas e ser cingida por ela!

2 comentários:

Anônimo disse...

Um das qualidades que falta na maioria das pessoas. Infelizmente.

Letticia Caruso disse...

Infelizmente mesmo, Marcelo. Tenho convivido, por sorte, com pessoas elegantíssimas; mas o extremo oposto se aplica. E me sinto profundamente invadida e incomodada por certas atitudes. O que nos resta, é ter jogo de cintura e procurar não julgar os deselegantes, mas tentar compreendê-los, nunca, porém, nos esquecendo de nos preservar de tais atos deselegantes.
Grande desafio!