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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Voa, coração!

Considero-me, apesar das crises de identidade, uma pessoa razoável e coerente quase que a maior parte do tempo. Até nos defeitos - porque os carrego sempre comigo. Mas a verdade é que, nas últimas semanas, eu vinha convivendo com uma incoerência de personalidade - logo eu, que tanto condeno a incoerência - que, se por um lado me conferia certo equilíbrio, por outro, me confundia um bocado.

Talvez fossem minhas duas inquilinas manifestando-se desordenadamente, brigando por espaço, em uma sufocante batalha interna entre razão e emoção. Porque eu posso, muitas vezes, ser exata, matemática e científica; mas meu coração fala alto e chora por pouco. E como é imenso! Sem, contudo, ser grande o bastante para carregar, resignado, as limitações que de mim se exteriorizam e as frustrações que sou especialista em colecionar.

Por conta disso, vinha alternando momentos de profunda paz interior e satisfação de ser quem eu sou, com picos momentâneos, mas agudos, de desorientação e questionamentos. Sentia-me tão perto de me reencontrar quanto de me perder por completo. Eram os evidentes altos e baixos de uma pessoa inquieta como eu.

Fato é que meu coração encontrava-se sufocado e dominado por sentimentos tāo frustrantes, que eu já não podia fazer qualquer coisa para acalmá-lo. Instaurava-se um furacão, com a maior facilidade, dentro do meu peito. E eu cometia erros infantis e colocava tudo a perder.

Hoje, aprendi que nāo posso sufocar tais sentimentos e, na maioria das vezes, sequer controlá-los. Mas que posso, sim, lidar racionalmente com eles, em quase todas as situações. Basta, para isso, dar-me o tempo necessário para compreendê-los e, só entāo, tomar qualquer açāo. Simplesmente não agir sem antes pensar; parece fácil, não?

Mais que isso, hoje sei que o caos, que às vezes me acompanha, pode ser útil para desafogar o coração; para eliminar aquilo que o envenena, deixando-o leve. E coração leve é mente livre.

Assim, liberdade e leveza dão espaço à expressão verdadeira da minha essência, que, então, abre-se a possibilidades reais de transformação e crescimento interior.


Esses têm sido os meus dias por aqui, em férias desse dramático mundo hiperbólico de anseios e preocupações que me tragavam para a escuridão.

Como eu disse, são somente férias. É provável que, estando de volta, eu me depare com o caos mal resolvido que deixei para trás quando, entre soluços e lágrimas, vim brincar de ser independente. No entanto, isso já não me preocupa muito. Porque a situação pode ser a mesma, mas eu, definitivamente, não sou.

Só falta, agora, me livrar deste gostinho amargo  - resquício de palavras e gestos nada doces que eu manifestei - que não quer me abandonar.

"Voa, coração, que a minha força te conduz; que o sol de um novo amor, em breve, vai brilhar. Vara a escuridão, vai onde a noite esconde a luz; clareia seu caminho e acende seu olhar. Vai onde a aurora mora e acorda um lindo dia. Colhe a mais bela flor, que alguém já viu nascer. E não se esqueça de trazer força e magia, o sonho, a fantasia e a alegria de viver."

2 comentários:

Carol Bianchini disse...

"Voa coração
Que ele não deve demorar
E tanta coisa mais quero lhe oferecer
O brilho da paixão
Pede a uma estrela pra emprestar
E traga junto a fé
Num novo amanhecer
Convida as luas cheia, minguante e crescente
De onde se planta a paz
Da paz quero a raiz
E uma casinha lá onde mora o sol poente
Pra finalmente a gente simplesmente
Ser feliz."

Letticia Caruso disse...

Essa música é linda! Me inspira demais!