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domingo, 4 de julho de 2010

Amor incondicional.

Amar não é aceitar tudo. Onde tudo é aceito, presumo que há falta de amor.” 
(Vladimir Maiakovski)


Já questionei muito a existência do amor incondicional. Duvidava dela com todas as minhas forças interiores. Até que, há poucas semanas, foi-me emprestada uma definição tão simples e tão apropriada para esse sentimento, que descobri que eu mesma sou, sim, capaz de amar incondicionalmente. E que até já amei; só não tinha me dado conta.

Amei incondicionalmente meu pai; amo incondicionalmente meu filho e alguns poucos amigos. Já amei incondicionalmente duas pessoas com quem vivenciei uma relação homem-mulher. E amei, mais incondicionalmente ainda, as efêmeras possibilidades de amor que nunca se concretizaram.

A definição que eu gosto, e que me esclareceu muita coisa acerca desse sentimento, é do físico e psicólogo Peter Russell, em Acordando em Tempo, onde o autor trata, com peculiar sensibilidade e simplicidade, das inquietações mais comuns da humanidade, por meio de uma visão que integra a natureza evolutiva da civilização à busca incessante pela harmonia e pela paz interior.

Amor incondicional não é a aprovação incondicional das ações de alguém, sem considerar seus efeitos sobre os outros. É amor incondicional ao ser que está por trás das ações. (O amor incondicional) não depende do modo que uma pessoa pensa, sente ou se comporta. Não faz uma pausa para avaliar se o outro é ou não digno de afeição”. (Russell, 2006).

Definição tão simples e tão verdadeira! Porque amar incondicionalmente é isso: é não ficar aprisionado em palavras, gestos ou eventos conjunturais; é amar com desinteresse, compaixão, inclusão, perdão, tolerância, compreensão e desapego; é amar sem posse; é perdoar com sabedoria, justiça – e até gratidão – as dores causadas pelas desilusões habitadas no cotidiano; é compreender que tudo isso é diminuto quando comparado à grandeza da alma de quem se ama.

É por isso que, muitas vezes, temos que deixar partirem aqueles que amamos incondicionalmente. Porque “o verdadeiro amor liberta, deixa ir e continua a querer bem”.

Aliás – perdoe-me, Russell –, mas a melhor definição de amor incondicional de que eu já tomei conhecimento, veio de uma criança de 3 anos, quando, tão inteligentemente, esclareceu à mãe: “I love you, but I don’t like you ALL the time”. E a mãe, mais inteligentemente ainda, agradeceu esse amor.

Pare para pensar quanta verdade existe nessas declarações. Amar incondicionalmente, para mim, é isso. É amar além; é amar apesar de. Sem necessariamente aprovar ou ser correspondido.

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