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sábado, 3 de julho de 2010

Futebol para mulheres.















Eu, que não sou frequentadora lá muito assídua de salões de beleza – minhas unhas das mãos quase sempre ‘por fazer’ facilmente me denunciam –, passei a manhã inteira deste sábado vivenciando as ‘mulherices’ típicas de um salão de cabeleireiro, justamente durante o jogo Alemanha x Argentina. Foi uma experiência única na minha vida!
 
É curioso observar como, em época de Copa do Mundo, o universo feminino insere-se no contexto futebolístico com a maior naturalidade. Mesma naturalidade, aliás, com que o abandona ao final do campeonato.
 
Por mais que a presença de mulheres nas arquibancadas, nos campos, nas coberturas esportivas e na arbitragem seja mais comum hoje do que há poucos anos, o futebol ainda é um espaço fundamentalmente masculino.    
 
Eu, para quem não sabe, sou ‘ex’ de preparador físico, e, portanto, vivi imersa no mundo da bola, vivenciando o esporte no dia a dia, dos bastidores aos gramados. Aprecio o futebol, sem ‘muito orgulho’ nem ‘muito amor’ por algum time em especial (‘código de família’ ou ‘piada interna’: nós torcíamos para quem pagava o salário). Não tenho um time do coração, mas me interesso muito pelo assunto.
 
Na faculdade, escolhi o futebol como tema para um trabalho de Sociologia; na gaveta, guardo uma coleção de artigos sobre o assunto; na estante, tenho um livro ou outro relacionado ao mais brasileiro dos esportes; no computador, muitos PDFs, documentários e alguns curtas-metragens.
 
Além disso, sem titubear, troco o cinema de domingo à tarde por um ingresso de arquibancada.
 
O que presenciei hoje, durante a partida que mandou o Pibe de volta para casa, era a deixa que eu precisava para falar sobre o assunto.
 
O cenário era bastante peculiar: aquela mulherada, de toda idade, super à vontade, descalça, com alumínios nos cabelos, assoprando as unhas recém-pintadas ou levando violentas escovadas na cabeça ao som de secadores quase tão barulhentos quanto as insuportáveis vuvuzelas.
 
Todas, com olhos atentos voltados para a televisão, torciam entusiasticamente – contra a Argentina, claro! –, interpretavam os lances da partida – sem medo de falar bobagem (e como falavam!) –, contestavam a arbitragem, vibravam com as enfiadas de bola na área argentina, lamentavam as chances de gol desperdiçadas pela seleção alemã e gritavam comentários hilários quando o ataque sul-americano chegava com perigo.
 
Elas não sabiam quem era Messi, Romero, Higuaín, Otamendi (pelo menos, até o lateral levar cartão amarelo) ou Di Maria – algumas se lembravam de Carlitos Tevez - ; mas sabiam, muito bem, que queriam Maradona fora da Copa. De quatro, melhor ainda! Cada gol sofrido pela seleção argentina era comemorado como se triunfo brasileiro fosse.
 
Foram algumas horas de bastante diversão! Para elas, que se regozijaram com a humilhante derrota por 4 a 0 da seleção de nuestros hermanos; e para mim, que as observava vibrarem sem nenhum compromisso com coerência futebolística.
 
Hoje, é verdade, dedico muito menos do meu tempo acompanhando campeonatos de futebol, por aqui e pelo mundo afora, e tenho muito menos arcabouço pra discutir o assunto com os torcedores fanáticos.
 
Mas ainda gosto do imprevisível e dramático espetáculo que se desenvolve durante uma partida. Adoro sentir a arquibancada tremer sob meus pés, durante o entusiasmo coletivo e coreográfico da torcida! E nunca vou me esquecer da sensação de olhar o Maracanã pela primeira vez – foi mais ou menos como ver o Big Ben. :)
 
Por isso, mulheres, amantes ou não amantes da bola, com o Brasil desclassificado e a Copa chegando ao fim, lembrem-se: o futebol não precisa ser um inimigo da relação com seus namorados/noivos/maridos. 

Se não estiverem dispostas, como eu estive, a acompanhar Brasileirão (não pense que é só Série A, não), Paulista, Copa do Brasil, Sul-americana, Libertadores, Champions League, Campeonato Espanhol, Italiano, Inglês, Copa Africana de Nações e até Paulista Sub-15 e Sub-17, saibam que, até 2014, há tempo de sobra para se aprender um pouco mais sobre o esporte bretão.
 
Futebol é pra todo mundo. A FIFA tem mais integrantes do que a ONU.


1 comentários:

Ami M. disse...

Muito interessante seu texto. Hoje, também no salão, tive a mesma experiência durante Paraguai x Espanha. Adoro futebol, e não é só na Copa, e me diverti muito com os comentários sem nexo que escutei hoje. Não sou nenhyuma entendedora, mas também não faço feio se quiser conversar sobre o assunto. beijão!