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domingo, 1 de agosto de 2010

My Canadian Experience

Como acontece com o povo brasileiro, também não é possível identificar o canadense pela “cara”. E, se não tem cara, o Canadá tampouco tem uma culinária, uma dança, uma música ou uma arquitetura típicas. É um país essencialmente de imigrantes, que os recebe – assim como seus costumes, suas crenças e culturas – de braços abertos.

O Canadá é, provavelmente, a nação mais tolerante do mundo e ostenta uma das populações mais cosmopolitas do planeta – mais de 200 etnias estão representadas no país. A cidade de Toronto é o retrato mais óbvio dessa pluralidade.

Uma em cada seis pessoas que vivem no Canadá não nasceu lá; mais de 40% dos residentes não são descendentes de franceses ou ingleses. Em nenhum outro lugar do mundo há tanta diversidade cultural convivendo em harmonia.

Diferente dos EUA, onde, para se conseguir a cidadania americana, é necessário que se assuma o ‘american way of life’, o governo canadense estimula a preservação dos costumes e estilo de vida de cada imigrante. A tolerância e a paz reinam naquela terra gigante. A única coisa que o Canadá não tolera é a intolerância.

Além da cultura do plural, do direito sagrado de divergir, o Canadá se mostra uma verdadeira terra de concessões, onde nada é feio ou ridículo. Às pessoas é dado o direito total e irrestrito de serem quem desejam ser. Ninguém no Canadá se destaca da multidão, porque lá não existe o incomum. Incomum é ser “normal”.

Ninguém liga se você é branco, preto, amarelo, azul ou verde; se você é norte americano, europeu, asiático, marciano ou lunático; se você é protestante, espírita, budista, muçulmano, judeu, agnóstico ou ateu; se você acredita em um, nenhum ou em vários deuses; se você é hetero, homo, bi ou tri – só o Brasil que não podia ser hexa. 

Nas ruas, as pessoas não têm a preocupação de estarem bem vestidas, penteadas, com a roupa impecavelmente passada a ferro. Ninguém repara se o outro tem o cabelo de 3 ou 4 cores, se a calça está rasgada ou se o soutien por baixo da blusa transparente é vermelho .

Ninguém liga se você usa meia com chinelo, tiara de estrela que brilha no escuro ou se anda de bicicleta vestido de Papai Noel, em pleno julho, no centro da maior cidade do país. Ninguém repara se suas unhas estão mal feitas, se o salto é alto demais ou se a saia tem pano de menos. Ninguém o recrimina por você dançar feito um espantalho ou cantar com voz de taquara rachada no metrô ou no meio da rua. Ninguém ri da camisa laranja com flores vermelhas do velhinho sentado ao lado no banco do ônibus ou do short da mocinha acima do peso mostrando mais do que seria razoável mostrar em qualquer outro país do mundo.

Mas lá é o Canadá.

Tudo isso pode parecer complexo e intimidador em um primeiro momento, mas logo fica claro que a união de grandes e pequenas culturas do mundo propulsiona um desenvolvimento abrangente e inclusivo, que só tem a agregar à cultura local. E que não pode ser visto em nenhum outro lugar.

Se você está se sentindo meio fora de contexto no seu país, o Canadá pode ser uma boa opção. Lá, você pode ser você mesmo; ninguém vai reparar. Afinal, trata-se do Canadá.

Mas, saiba disso: o que é proibido por lei é severamente punido. Por isso, também, o Canadá é um dos países mais seguros do mundo, com elevadíssima qualidade de vida.

Passar 23 dias em um lugar assim, tão permissivo, exacerbou as minhas tendências de ser um pouco relaxada com a minha aparência. Eu brinco que o Canadá me fez mal nesse sentido. Estava sozinha e não tinha ninguém pra me julgar se eu usasse dois dias seguidos a mesma roupa, se saísse sem disfarçar as olheiras com corretivo, sem alisar a franja no secador, sem lixar as unhas - detonadas pelo ato de fazer e desfazer mala a cada 3 ou 4 dias -, usando roupa sem passar e sem lavar o cabelo todo dia. Eu simplesmente fazia um coque no alto da cabeça, mochila nas costas, e saía pelas ruas, sem compromisso com nada. Sem me preocupar com o que podiam estar pensando de mim. E provavelmente não estivessem pensando nada, porque, afinal, eu estava no Canadá. E lá qualquer um se encaixa; nada destoa do contexto geral.

Lugar ideal para boas férias; para ser quem se é!


2 comentários:

Ju Almstadter disse...

Miga, totalmente a favor deste tipo de cultura, pensamento, jeito de viver! Cada um na sua!
Foi por estas e outras q saí de Campinas pra vir morar em sampa, onde tudo realmente ficou muito mais leve, onde aprendi (e ainda aprendo) o não julgamento. Como é bom não sem ter q lidar com o provincianismo campineiro!!!
Uma vez vivenciado isso, ou seja a conexão SP/Canadá ou Campinas/SP, nunca mais seremos como antes, para justamente sermos nós mesmas, e aí está o melhor seletor de amizades do mundo! E quer saber? melhor assim!!

bjss

Letticia Caruso disse...

É, Ju... São Paulo, em alguém que saiu de Campinas, deve ter o mesmo efeito que o Canadá tem em alguém que saiu de São Paulo... rs
Você não faz idéia do que é Toronto! É mil vezes São Paulo. :)