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sábado, 7 de agosto de 2010

Claustrofobia.

Andava pela rua, fria, com a mesma dor de cabeça do dia anterior. Ia em busca de um lugar tranquilo o suficiente para uma dose de leitura; de um local onde a sensação de claustrofobia espiritual fosse, no mínimo, suportável.
 
Sentia falta da solidão prazerosa que a acompanhara durante o mês anterior; era evidente que sentia. Ficar sozinha era do que ela precisava. Porque, estando de volta à rotina, já não conseguia descobrir espaço para o encontro com a solidão e com as coisas de que sua mente se precisa nutrir. Não lhe foram permitidos, desde sua volta, muitos momentos de tranquilidade: para ler, escrever, pensar, ouvir música, rir, chorar, rezar, meditar... Havia sempre alguma interrupção.
 
Enquanto andava, pensava na conversa do dia anterior. Toda aquela troca continha um fundo de paz e verdade, de fato. Pensando assim, parecia não importar se aquilo lhe fora dito por um amigo, um familiar, um conselheiro, um simples conhecido ou um anjo.
 
Ter ouvido e pensado em tudo aquilo esclarecera alguns pontos da situação; embora tenha plantado interrogações em tantos outros. Como seria bom perder um pouco dessa complexidade que a tudo busca interpretar!
 
A direção, então, parecia seguir um contexto apoiado em um misto de razão e emoção; de realidade e fantasia. Aquela velha lógica singular que parece transcender a compreensão.
 
Andou em direção ao parque – desde que “aprendeu” aquele caminho, sempre que se distrai, acaba sentada em um de seus bancos – de posse de um livro, um caderninho e uma caneta, cuja tinta já quase chega ao fim.
 
Escolheu um banco. Não leu. Pensou. Chorou. Escreveu.

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