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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Titi

Quando minha mãe se aposentou, em setembro de 2002, depois de 39 anos trabalhando no TRT, havia acumulado mais objetos pessoais naquela sala de Diretoria Geral do que qualquer um poderia imaginar. No dia D, sofrendo por ter de lidar com a aposentadoria, chegou em casa com coisas que eu sequer sabia que existiam. Entre elas, alguns poucos pertences do meu pai - que já havia falecido, no Reveillon de 97/98, e que também trabalhava no TRT - que permaneceram escondidos em alguma gaveta do Tribunal, até o dia da aposentadoria da minha mãe.

Hoje, reli uma carta de aniversário, encontrada no meio dessas coisas, que me foi escrita quando completei 3 anos. Segue um pedacinho:

São Paulo, 13 de agosto de 1981.
 
Letticia.
 
Quando você se aproxima, (...) traz junto toda a paixão despertada neste pai, fã incondicional da sua beleza, da vida que emana do seu rosto claro, dos seus cabelos loiros e eternamente desalinhados. Aquele desalinho bonito que só as pessoas lindas como você conseguem.
 
(...) basta que você, quando ler isto, sinta e respire toda a paixão, o carinho e a ternura que tentei, escritor inconstante e de parcos recursos, transmitir-lhe.
 
Você (...) povoa, com tudo a que tem direito, as fantasias, os sonhos e as esperanças de um pai que sempre vai continuar tentando acertar com você, apesar de sabedor das enormes dificuldades de relacionamento que deverão suceder e atropelar toda esta enorme vontade de lhe oferecer mais, sempre mais.
 
Lembrar-me-ei sempre com saudades da minha pequenina Titi, nos seus três aninhos, meiga e amiga, irreverente e brincalhona, enfim, com os atributos maiores da criança sadia e livre que você é. Lembre-se sempre do grande amor que sinto por você. Hoje, e a qualquer tempo, em qualquer situação ou idade.

Papai.

A loira (mais velha) de cabelos desalinhados. Onde foram parar meus cachos?

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