Ela está completamente sozinha, absorta em uma leitura de orelha de livro, e, ao mesmo tempo, imersa em seus pensamentos. Está sozinha porque é sua melhor opção neste momento. 
 
O ambiente álgido, cafeteria em estilo europeu, prateleiras repletas de livros, chocolate quente para aquecer o espírito.  
 
Ela começa a folhear o livro, quando percebe a presença dele: um homem de rosto sereno, porte intelectual, andar elegante, olhar inteligente por trás de lentes finas.
 
Exatamente ao mesmo tempo, constatam que ambos têm nas mãos o mesmo livro: “Contos Filosóficos do Mundo Inteiro”, de Jean-Claude Carrière.
 
Sorriem da irônica coincidência. Dois estranhos vivenciam uma sublime sintonia.
 
Ele, então, pergunta se pode sentar-se com ela. Café forte, opiniões convictas, palavras bem pronunciadas, tempo que voa imperceptível.
 
Ele sabe que atrai e flerta sem grandes reservas; ela deixa-se levar pela improbabilidade do momento.
 
Olhares se cruzam. Opiniões e impressões são trocadas. 
Eram apenas palavras...


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