tag:blogger.com,1999:blog-86286134509173965352024-03-21T20:33:15.845-03:00This Beating Heart"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem!".Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.comBlogger64125tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-36704114114764251122010-11-24T21:50:00.001-02:002010-11-25T00:24:52.992-02:00Inesperado.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZwL6qgNcwnqH5EafVn8DnDSbSa46WOvSuC-m1nUSbjnp4yzKh9FO35RIKlLC8g-Xc3dA2aKKUnmPaVxvLgAM5rFM2Xy5LXowtJjGlZFvIZJloXKrAgoPA_BZhfqxAUC2Q_kq8pvxFFPaD/s1600/1133184086_f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZwL6qgNcwnqH5EafVn8DnDSbSa46WOvSuC-m1nUSbjnp4yzKh9FO35RIKlLC8g-Xc3dA2aKKUnmPaVxvLgAM5rFM2Xy5LXowtJjGlZFvIZJloXKrAgoPA_BZhfqxAUC2Q_kq8pvxFFPaD/s320/1133184086_f.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
O inesperado bateu-me à porta. Uma música desconhecida tocou. <br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Foi assim que a indiferença que luzia meus dias transformou-se em noite, acrescentando saudades às minhas horas.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Chegou esquecido de suas verdades, mas falava o idioma do amor. Tinha o peito machucado pela resignação, mas se mostrou escandalosamente humano. Tinha o coração, ainda que dominado pela tristeza e pela dor, transbordado de caráter. <br /> </div>
<div style="text-aDlign: justify;">
De onde, por Deus, vinham tanta coragem e tanta firmeza? Quanta renúncia!, e ainda em pé. As lágrimas, que caíam sem reservas, eram testemunhas silenciosas e urgentes do sofrimento daquela alma que gritava por ajuda. <br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Lágrimas que marcaram para sempre o terreno arenoso do meu destino em construção. Ah, como eu queria ver o fundo daqueles olhos repletos de paixão!<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos dormir, antes que amanheça.</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-62640279527127252972010-11-16T18:05:00.000-02:002010-11-16T18:05:13.385-02:00Superman - Can you read my mind<object height="344" style="background-image: url("http://i2.ytimg.com/vi/qyInno0Jxeg/hqdefault.jpg");" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/qyInno0Jxeg?fs=1&hl=pt_BR">
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<i>"(...)</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A rotina que mata o amor é a rotina do que não se faz. Da declaração de amor que deixa de ser feita, do elogio economizado à roupa simples do dia a dia, do sorriso sonegado ao acordar, da palavra de carinho roubada à despedida, da comemoração não feita em qualquer conquista, do boa noite seco, sem um beijo, antes de dormir.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O amor não se sustenta sem a intenção de amar e sem a ação pequena, mas constante, de alegrar o outro com sua presença. (...)" </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7FGeBou48x9a-_g841529U-iXS-gTYtfZgLAnh3Tma0coqg5qOSTAJyspCaJ7kQLofvZ6WGUY1sc18Z7l1qATRwkkynQGg4y8vl9FZVpAmxs9OustnJmjEIykkobzX2Fp0bAQZWSKvk0D/s1600/d8a18e6048783bb951554537e0058f00bb82433a.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7FGeBou48x9a-_g841529U-iXS-gTYtfZgLAnh3Tma0coqg5qOSTAJyspCaJ7kQLofvZ6WGUY1sc18Z7l1qATRwkkynQGg4y8vl9FZVpAmxs9OustnJmjEIykkobzX2Fp0bAQZWSKvk0D/s320/d8a18e6048783bb951554537e0058f00bb82433a.jpeg" width="276" /></a></div>
<br />
<br />Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-79433662497354501152010-09-17T01:50:00.001-03:002010-09-17T01:52:54.547-03:00Ele x Ela<div style="text-align: justify;">
Ele é conciso. Ela é prolixa. Ele busca o chão. Ela quer asas. Ele tem a alma serena. Ela é um interior em polvorosa. Ele é complexo. Ela é profunda. Ele medita. Ela se agita. Ele faz perguntas. Ela tece explicações. Ele tem fome de cultura. É disso que ela se alimenta. Ele falta. Ela excede. Ele tem sono fácil. Ela sofre de insônia. Ele diz obrigado. Ela pede desculpas. Ele tenta não ser. Ela já não é. Ele tem adeus breve. Ela se apega a despedidas. Ele é reservado. Ela se expõe. Ele dedilha incoerências. Ela também. Ele se intimida. Ela acha graça. Ele abre caminhos. Ela segue com medo. Ele coleciona questionamentos. Ela busca esclarecer. Ele quer ser racional. Ela é pura emoção. Ele ultrapassa limites. Ela se ressente. Ele é estrada. Ela é correnteza. Ele tem voz suave. A dela se embarga com facilidade. Ele é diplomático. Ela não suporta formalidades. Ele age. Ela reage. Ele tem olhar embriagante. Ela se entrega ao vício. Ele é equilíbrio. Ela é exagero. Ele é enigma. Ela é desafio. Ele é comedido. Ela não se impõe limites. Ele elogia. Ela se envaidece. Ele é gentileza. Ela é meiguice. As palavras dele soam como haikais. As dela, como prosa sem fim. Ele é low profile. Ela procura ser. Ele ensina. Ela aprende. Ele aprende. Ela ensina. Ele analisa. Ela apoia. Ele tem sorriso contagiante. Ela se contamina. Ele é confuso. Ela se perde. Ele interroga. Ela não faz cobranças. Ele foi embora. Ela sente saudades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSD3reWyJS7PnCdpyEQtkPlmhy6daqqZSdY_E7EBoeZbwxN_890DmgJ0cpU6JeCOf3lA4li95pOQtYygSYrzSW1A0RMarkifj_BnW-idq1rWXDW1vu4Fre2xq4yK0fjcw814t6cEk8DMG6/s1600/mulher-oferece-margarida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSD3reWyJS7PnCdpyEQtkPlmhy6daqqZSdY_E7EBoeZbwxN_890DmgJ0cpU6JeCOf3lA4li95pOQtYygSYrzSW1A0RMarkifj_BnW-idq1rWXDW1vu4Fre2xq4yK0fjcw814t6cEk8DMG6/s320/mulher-oferece-margarida.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-47064257105678006472010-09-14T02:51:00.001-03:002010-09-14T03:02:18.023-03:00Titi<div style="text-align: justify;">
Quando minha mãe se aposentou, em setembro de 2002, depois de 39 anos trabalhando no TRT, havia acumulado mais objetos pessoais naquela sala de Diretoria Geral do que qualquer um poderia imaginar. No dia D, sofrendo por ter de lidar com a aposentadoria, chegou em casa com coisas que eu sequer sabia que existiam. Entre elas, alguns poucos pertences do meu pai - que já havia falecido, no Reveillon de 97/98, e que também trabalhava no TRT - que permaneceram escondidos em alguma gaveta do Tribunal, até o dia da aposentadoria da minha mãe.<br />
<br />
Hoje, reli uma carta de aniversário, encontrada no meio dessas coisas, que me foi escrita quando completei 3 anos. Segue um pedacinho:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<i>São Paulo, 13 de agosto de 1981.<br /> </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Letticia.<br /> </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Quando você se aproxima, (...) traz junto toda a paixão despertada neste pai, fã incondicional da sua beleza, da vida que emana do seu rosto claro, dos seus cabelos loiros e eternamente desalinhados. Aquele desalinho bonito que só as pessoas lindas como você conseguem.<br /> </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(...) basta que você, quando ler isto, sinta e respire toda a paixão, o carinho e a ternura que tentei, escritor inconstante e de parcos recursos, transmitir-lhe.<br /> </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você (...) povoa, com tudo a que tem direito, as fantasias, os sonhos e as esperanças de um pai que sempre vai continuar tentando acertar com você, apesar de sabedor das enormes dificuldades de relacionamento que deverão suceder e atropelar toda esta enorme vontade de lhe oferecer mais, sempre mais.<br /> </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Lembrar-me-ei sempre com saudades da minha pequenina Titi, nos seus três aninhos, meiga e amiga, irreverente e brincalhona, enfim, com os atributos maiores da criança sadia e livre que você é. Lembre-se sempre do grande amor que sinto por você. Hoje, e a qualquer tempo, em qualquer situação ou idade.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br />Papai.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSMETZ0BlGx-pWZ3dXKpx5qZ7mKXLFC5jPJQkzBesVma_kXRG7logEGAAcyDmxfyr4j1n7oG85w3TS6-PH7gnLXsffD-3RA_m_L1uCcr_NOZ170h3SWjJmv1cIzh8hS1wQZVZGLHlwFr2l/s1600/junho8-1982.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSMETZ0BlGx-pWZ3dXKpx5qZ7mKXLFC5jPJQkzBesVma_kXRG7logEGAAcyDmxfyr4j1n7oG85w3TS6-PH7gnLXsffD-3RA_m_L1uCcr_NOZ170h3SWjJmv1cIzh8hS1wQZVZGLHlwFr2l/s320/junho8-1982.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
A loira (mais velha) de cabelos desalinhados. Onde foram parar meus cachos?</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-18669508915924415992010-09-06T01:29:00.001-03:002010-09-06T01:29:41.095-03:00on Hidden Ability<div style="text-align: justify;">
Linus: - Everyone's so upset because I didn't make the honor roll... My mother's upset, my father's upset, my teacher's upset, the principal's upset... Good grief! They all say the same thing... they're disappointed because I have such potential... <b>THERE'S NO HEAVIER BURDEN THAN A GREAT POTENTIAL!</b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0tRLUTLTJP4-QzF-dpX7Ki3WPP3yW2o2JHm04SXfPvzkjSkI0NeP5r_32H6pX0jIY0aCxQQgN4DIAiRjeo__8XL7IYHsk5oJTx_oT8u9jN6cLdwgolfKnr1QkatYX4MByKEb12-6TLFIQ/s1600/1200475017_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0tRLUTLTJP4-QzF-dpX7Ki3WPP3yW2o2JHm04SXfPvzkjSkI0NeP5r_32H6pX0jIY0aCxQQgN4DIAiRjeo__8XL7IYHsk5oJTx_oT8u9jN6cLdwgolfKnr1QkatYX4MByKEb12-6TLFIQ/s200/1200475017_1.jpg" width="200" /></a></div>
<br />
<br />
<br />Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-70198754985056241922010-08-28T07:13:00.002-03:002010-08-28T12:00:59.780-03:00... a minha-Saudade-dele...<div style="text-align: justify;">
Decidi, então, estabelecer uma política de boa vizinhança entre mim e a minha-Saudade-dele. Uma saudade imensa, de um passado não muito distante, que insiste em usar meu peito de abrigo. E aí fico, eu, à deriva Dela: a inabalável minha-Saudade-dele.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
É uma saudade que vai comigo pra cama toda noite, acomoda-se confortavelmente nos meus lençóis e no meu travesseiro e me deseja “boa noite”. Assim mesmo, toda vez, sempre igual. E eu quase não durmo com Ela, ali, deitada esplendorosa e espaçosa no meu colchão.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmeAoIOoUdSH6wNmCewUULwhegw4eimMT_ux_NuLPRFdSjQrHSzpihKkuTqbW0tKwpkRLl9rl2uMTcoNT5j_gqlrhvRq_2oFoG0BBKyztjNyZw0usc6YMbGM42vTnr1b3xt7eTYw7ycbsi/s1600/Esquecimento1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmeAoIOoUdSH6wNmCewUULwhegw4eimMT_ux_NuLPRFdSjQrHSzpihKkuTqbW0tKwpkRLl9rl2uMTcoNT5j_gqlrhvRq_2oFoG0BBKyztjNyZw0usc6YMbGM42vTnr1b3xt7eTYw7ycbsi/s320/Esquecimento1.jpg" /></a>Sendo assim, achei que era melhor parar de lutar contra Ela; não gastar tanta energia tentando empurrá-La para fora da cama (já que Ela se tem mostrado mais forte que eu), e ceder, resignada - no meu colchão, no meu peito e na minha vida - o espaço que Ela demanda. Com isso, espero enfrentar noites menos cansativas e sugadoras de vigor. <br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Porque a minha-Saudade-dele descobriu, em um enorme coração, imensa disponibilidade para recebê-La e nutrí-La de tudo aquilo que Ela precisa para continuar querendo estar. Assim, instalou-se. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E ficou.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Não mais fugirei Dela. Quer ser dentro de mim? Seja! Fique o tempo que julgar necessário e mude-se tão logo estiver pronta para isso. Ou, de tanto existir, esgote-se dentro de mim; não importa... enquanto isso, sem grandes estardalhaços, eu simplesmente vou cuidando da minha vida. Não Dela.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
É o nosso acordo tácito.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez funcione: dedicar menos atenção e energia a Ela, apenas deixando-A existir, no canto que Ela escolheu. Fique, se precisar; vá, se puder. Por ora, é o que nos posso oferecer e, assim, não acentuar os sentimentos colaterais que Ela me causa. Que, aliás, são mais severos e prejudiciais que Ela própria.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Apenas não contem à minha-Saudade-dele: - mesmo, eventualmente, tendo Ela me deixado, sempre haverá uma frestinha pela qual Ela será capaz de passar e encontrar meu coração, de novo, disposto a alimentá-La. Essas frestinhas são as mais difíceis de vedar e eu, confesso, coleciono algumas.<br />. </div>
<div style="text-align: justify;">
.</div>
<div style="text-align: justify;">
. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, a frestinha? Recordações...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-3089828042988169452010-08-28T00:59:00.001-03:002010-08-28T01:00:22.083-03:00Não seria perfeito?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitl0bZlL9zsCKfFL7TmQQZmbyxF7uyiHw6UFkUQ5GwNj3C_OAY2yyY4bE7i2Ghk1_r6fx0e1HxcCphyphenhyphenoaUsoSbB4ICuPzZLkm-aIfy8PXINTSxoBRpCF04JpKFz4EZB2wdDseH8KG7WRrP/s1600/Chaplin+cachorro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitl0bZlL9zsCKfFL7TmQQZmbyxF7uyiHw6UFkUQ5GwNj3C_OAY2yyY4bE7i2Ghk1_r6fx0e1HxcCphyphenhyphenoaUsoSbB4ICuPzZLkm-aIfy8PXINTSxoBRpCF04JpKFz4EZB2wdDseH8KG7WRrP/s200/Chaplin+cachorro.jpg" width="176" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando....E termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?" (Charles Chaplin)</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-44501720321795701672010-08-20T01:31:00.005-03:002010-08-28T00:53:44.948-03:00Letras da vida<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Temidos por muitos como chatos e complicados, os clássicos da literatura divertem, ensinam e (não menos importante) iluminam sua vida. Entre de cabeça.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>[texto Bruno Moreschi]</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Numa roda de amigos, a conversa é sobre literatura. Cada um revela ao outro o que está lendo. Num misto de esnobismo e insegurança, alguém diz que está “relendo” determinado livrão clássico. Mentira. Receoso de colocar em questão sua reputação intelectual, a pessoa dificilmente assumiria que lê pela primeira vez alguma obra conhecida, como um Hamlet, do inglês William Shakespeare, ou um Crime e Castigo, do russo Fiódor Dostoiévski.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRTreKsv8bgW543RzUwH-SddU8uXCmqQpV3dehbqhjABgCikOaQVO3kRqYKhlXhNPtOrme8mVqp2jqkSCy1eZ-IaUdToTC4c33TRKMMkjyS4Gt7RD1l7QB4rpdNG0vtCVaS-V1yrTk8TFi/s1600/Dom-Quixote-viaja-enjaulado.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRTreKsv8bgW543RzUwH-SddU8uXCmqQpV3dehbqhjABgCikOaQVO3kRqYKhlXhNPtOrme8mVqp2jqkSCy1eZ-IaUdToTC4c33TRKMMkjyS4Gt7RD1l7QB4rpdNG0vtCVaS-V1yrTk8TFi/s320/Dom-Quixote-viaja-enjaulado.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O escritor italiano Italo Calvino começou sua obra Por Que Ler os Clássicos, um pertinente ensaio sobre a importância da leitura desses livros, tratando justamente dessa atitude que recende a hipocrisia. De acordo com Calvino, não há idade para começar a ler um livro considerado famoso e respeitado pela crítica. E complementa com um recado consolador aos que temem assumir em público sua incipiente capacidade literária: “Por maiores que possam ser as leituras de formação de um indivíduo, resta sempre um número enorme de obras que ele não leu.”</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A frase de Calvino destoa dos inúmeros preconceitos que cercam a literatura considerada clássica pela crítica especializada – ou canônica, numa classificação mais acadêmica. Graças aos inúmeros estudos sobre essas obras, elas podem passar a falsa impressão de serem leituras destinadas apenas a seletos (e eruditos) especialistas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso não é uma verdade. Livros, sejam eles respeitados ou não, foram feitos por seus autores para serem lidos. Na verdade, quem teme ou apenas usa os livros clássicos como grife intelectual tenta se proteger. Ao evitar suas páginas, ficam livres de uma experiência que quase sempre questiona nossas certezas e sugere um mundo mais complexo. Trata-se de uma proteção revestida do mais ignorante dos medos. Aquele alimentado por ideias ditas pelos outros, não por uma experiência individual de leitura.</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-61726062185825076562010-08-14T01:55:00.000-03:002010-08-14T01:55:32.169-03:00on Being HappyLucy : - Look at that crazy dog...<br />
Charlie Brown : - I sure wish I could be that happy all the time.<br />
Lucy : - Not me... It's hard to feel sorry for yourself when you're happy.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNXoSgP1b9Lputcxp2rF3EiPdhpNqHrKIBZp18gS8Ytgl907jdNv1H5tJnavaB1ry4QKfDuuXcHJHb_EicSVJQ4YLQ1KaYr1RQDJ-_nVHRdmVNBIvr34p8oE6wIYpp1cIN8RMCS1ttK9W5/s1600/snoopy-lucy-kiss.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNXoSgP1b9Lputcxp2rF3EiPdhpNqHrKIBZp18gS8Ytgl907jdNv1H5tJnavaB1ry4QKfDuuXcHJHb_EicSVJQ4YLQ1KaYr1RQDJ-_nVHRdmVNBIvr34p8oE6wIYpp1cIN8RMCS1ttK9W5/s320/snoopy-lucy-kiss.jpg" /></a></div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-45124599018583108792010-08-08T18:36:00.002-03:002010-08-08T20:32:24.038-03:00Maturidade.<div style="text-align: justify;">
Depois de umas peças que a vida me pregou no começo desse ano, eu o escolhi como o ano de virar “gente-grande”. Mas as coisas não têm funcionado exatamente como eu planejei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
A minha maturidade – e junto com ela, minha paz de espírito e minha felicidade – pegou a chave do carro, o agasalho surrado e saiu, explicando que ia comprar cigarros. Não voltou até agora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
E sem ela, não consigo nem fingir que sou uma pessoa equilibrada, paciente, simpática, amorosa e gentil. Sem ela, não consigo achar o lugar certo para esconder tudo aquilo que eu não deveria ser. Sem ela, fico cultivando essa relação de amor e ódio comigo mesma e com a minha vida. Sem ela, não consigo ser feliz.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
E eu nem preciso de muito para ser feliz: só da minha maturidade de volta, com cara de arrependida, batendo à minha porta, dizendo que nunca mais vai me abandonar. É querer muito?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mas, claro, se querer bastasse, eu seria a personificação do porão, abarrotado de tranqueiras desnecessárias e sem uso que as pessoas acumulam.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKrWywavcuTyh-KE-fftPA3cHQqBba83XA9yiiA0K4VwVTR4AY5sEV8x3aKuo2SgAtz2ZIhxhMaOfF8gCCEflYtnxwZnDljHSrXWk2QBfcKnyOyd_JiQb60Juszjjd_-SwgCKppKR76nS6/s1600/woman+praying+silhoutte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKrWywavcuTyh-KE-fftPA3cHQqBba83XA9yiiA0K4VwVTR4AY5sEV8x3aKuo2SgAtz2ZIhxhMaOfF8gCCEflYtnxwZnDljHSrXWk2QBfcKnyOyd_JiQb60Juszjjd_-SwgCKppKR76nS6/s320/woman+praying+silhoutte.jpg" /></a></div>
<br />
Maturidade, volta pra mim, volta.<br />
<br />Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-47085229445095117092010-08-07T17:35:00.010-03:002010-08-07T17:35:00.461-03:00Claustrofobia.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_nqJ8f01Zg7vjrrDwTNVgewKAkjLWD2_9jAnh2fLvnlL8U-92mTjINZ7kfQD5nWpJgXJ8mEZt02yraVngZgfB6MBSNhxKpwWvYAO1u2SEDjP6WOx0Vu53Nt5iA0a-qktSurQZVq-8vxQy/s1600/A-compreensao-nasce-da-humildade-in-Vai-Aonde-te-Leva-o-Coracao.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_nqJ8f01Zg7vjrrDwTNVgewKAkjLWD2_9jAnh2fLvnlL8U-92mTjINZ7kfQD5nWpJgXJ8mEZt02yraVngZgfB6MBSNhxKpwWvYAO1u2SEDjP6WOx0Vu53Nt5iA0a-qktSurQZVq-8vxQy/s320/A-compreensao-nasce-da-humildade-in-Vai-Aonde-te-Leva-o-Coracao.jpg" width="249" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Andava pela rua, fria, com a mesma dor de cabeça do dia anterior. Ia em busca de um lugar tranquilo o suficiente para uma dose de leitura; de um local onde a sensação de claustrofobia espiritual fosse, no mínimo, suportável.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Sentia falta da solidão prazerosa que a acompanhara durante o mês anterior; era evidente que sentia. Ficar sozinha era do que ela precisava. Porque, estando de volta à rotina, já não conseguia descobrir espaço para o encontro com a solidão e com as coisas de que sua mente se precisa nutrir. Não lhe foram permitidos, desde sua volta, muitos momentos de tranquilidade: para ler, escrever, pensar, ouvir música, rir, chorar, rezar, meditar... Havia sempre alguma interrupção.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto andava, pensava na conversa do dia anterior. Toda aquela troca continha um fundo de paz e verdade, de fato. Pensando assim, parecia não importar se aquilo lhe fora dito por um amigo, um familiar, um conselheiro, um simples conhecido ou um anjo.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Ter ouvido e pensado em tudo aquilo esclarecera alguns pontos da situação; embora tenha plantado interrogações em tantos outros. Como seria bom perder um pouco dessa complexidade que a tudo busca interpretar!<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
A direção, então, parecia seguir um contexto apoiado em um misto de razão e emoção; de realidade e fantasia. Aquela velha lógica singular que parece transcender a compreensão.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Andou em direção ao parque – desde que “aprendeu” aquele caminho, sempre que se distrai, acaba sentada em um de seus bancos – de posse de um livro, um caderninho e uma caneta, cuja tinta já quase chega ao fim.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Escolheu um banco. Não leu. Pensou. Chorou. Escreveu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-27855792821239934162010-08-05T17:26:00.001-03:002010-08-05T18:13:11.902-03:00O que eu quero.<div style="text-align: justify;">
Quero reler três ou quatro dos muitos livros que você, tão generosamente, compartilhou comigo. Que tanto me acrescentaram e dos quais tanto sinto falta. Aqueles mesmo, que devolvi cheios de ‘post-it’, com comentários pessoais, metáforas, explicações, dúvidas e analogias que queria dividir com você. Quero deixar mais dos já tradicionais bilhetinhos de agradecimento, dentro das leituras que você, carinhosamente, seleciona, sugere e empresta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quero, sem medo nenhum, abrir-me a tudo àquilo que a você compete me ensinar. Quero me sentir desafiada (você sabe como os desafios me divertem e estimulam), e até intimidada, por sua cultura e inteligência, por sua maturidade e serenidade. Porque tão poucos as possuem de forma tão atraente!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quero nos olhar refletidos no espelho e achar a cena tão linda, que mereça ser fotografada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quero mais conversas em bancos de parque, mais almoços intermináveis em restaurantes vegetarianos ao ar livre, mais noites regadas a pão integral, vinho tinto seco e queijos de todo tipo. Quero apreciar mais noites estreladas, caminhando de mãos dadas com você, depois de um bom chocolate quente. Quero compartilhar mais epifanias e momentos de cumplicidade total, sem máscaras, sem pudores, sendo apenas você e eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quero experimentar mais das nossas relações de gentileza e civilidade, em tempos tão hostis. Quero testemunhar seu sonambulismo, enquanto leio, insone, madrugada adentro. Quero sentir-me ‘repleta’ (que, nós dois sabemos, nada tem a ver com precisar do outro para sentir-se ‘completo’), simplesmente por tê-lo ao meu lado, dividindo o mesmo edredom. Quero ter um sorriso roubado quando me beijar a mão, durante o sono, completamente inconsciente. Quero receber o seu “melhor bom dia”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quero mais conversas “carregadas”, tão comuns e necessárias a pessoas profundas e complexas como nós dois. Quero me encontrar no seu equilíbrio e desvendar todas as suas metades. Porque você não possui somente duas. Quero descobrir e encontrar novas afinidades e identificações entre nós dois, se isso não for pretensão da minha parte, sendo você essa pessoa tão especial que é.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quero ouvir Jack Johnson ao som das cordas do seu violão e da sua voz suave e tão querida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7N_JtkKEEnyhEGT1HtpWXb2ww4H-4f-ONMbubP4hb12DorExXs3Sj3RNF_fq2wCKsXUzf3Zc9daQxATPx5-0fgEH6cxbPiE4rCuG7_HwiFlpkcmlTFSAUgcXXDo2dMG5rQCTzdGhEz_xw/s1600/guitar_player_2_by_xxsumizomexx.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7N_JtkKEEnyhEGT1HtpWXb2ww4H-4f-ONMbubP4hb12DorExXs3Sj3RNF_fq2wCKsXUzf3Zc9daQxATPx5-0fgEH6cxbPiE4rCuG7_HwiFlpkcmlTFSAUgcXXDo2dMG5rQCTzdGhEz_xw/s320/guitar_player_2_by_xxsumizomexx.jpg" width="320" /></a></div>
Quero cometer todos aqueles erros comuns que fotógrafos, iniciantes como eu, cometem em relação à luz, foco, composição, criatividade, fotometria e, ainda assim, saber que você considera minhas fotos dignas de ilustrar seu blog e sua vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quero parar de bradar que ser independente é provar para tanta gente que não me diz respeito, que posso ir além dos meus limites. Porque nem sempre posso. Mas quero que você descubra minha independência como algo genuíno.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quero que me apresente, em vídeo, a mais autores, que primeiro me apresentou em leituras, que eu antes desconhecia. E quero, eu mesma, apresentá-lo a tantos livros, filmes, documentários e artigos legais e, até, a uma roupa nova que quero muito que você veja. Porque me imaginei usando-a para você quando a escolhi.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Na verdade, penso muito em você e naquilo que fizemos. O que me leva, acima de tudo, a querer aquilo que ainda não fizemos. Aquela palavra ‘latente’ que, eu sei, você não gosta, lateja forte dentro de mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Eu quero você. Por inúmeros motivos e por motivo nenhum. Simplesmente por querer. Mas se lembre: querer, para mim, nunca foi precisar.</div>
<br /></div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-867468931262978212010-08-02T23:44:00.007-03:002010-08-06T19:20:43.540-03:00O.Noir - It's better in the dark.<div style="text-align: justify;">
Entre as dezenas de experiências incríveis que a viagem ao Canadá me proporcionou, a mais inusitada, talvez, tenha sido o jantar no O.Noir, em Montreal. Foi a grande concessão luxuosa que fiz a mim mesma em matéria de refeições: saí da proposta econômica de “mochilão” e gastei, com gorjeta (15%) e tudo, quase 50 dólares canadenses em um único jantar. </div>
<br><div style="text-align: justify;">
Foi uma estripulia, é verdade, mas, também, um “desafio” pelo qual eu decidi que iria passar, desde o momento em que fiquei sabendo da existência de tal restaurante. E para mim, que estava buscando quase que um retiro espiritual nessa jornada solitária, era mandatória uma prova assim.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
Como o próprio nome sugere, trata-se de um lugar onde se come na mais completa escuridão. A proposta é passar pela experiência de “ser cego”, como, de fato, são todos os garçons que lá trabalham. </div>
<br><div style="text-align: justify;">
O bar que dá boas vindas aos clientes – único lugar iluminado por onde passei – é decorado com pôsteres de filmes que remetem à deficiência visual. Lembro-me de “Perfume de Mulher”, “À Primeira Vista”, “Ensaio Sobre a Cegueira” e “Ray”.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
Existe a possibilidade de escolher um prato do menu; mas há, também, a atraente alternativa de optar pelo ‘surprise dish’. Como eu não como carne vermelha, optei pelo prato que tinha peito de frango, sem, contudo, ler o resto do menu. Queria que os demais ingredientes fossem surpresa (torci com muita força para não vir arroz – seria um desastre total!). Estava disposta a testar a minha capacidade de reconhecer os acompanhamentos pelo gosto, cheiro, textura, formato (sim, eu apalpei tudo, antes de comer). Mas escolhi a ‘surprise desert’, que - ACHO - era uma torta de mousse de chocolate, com alguma frutinha azeda do tipo blueberry, ou algo parecido.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
Mat foi quem me atendeu. Depois de eu estar ciente das “regras” do lugar – não são permitidos isqueiros, velas, celulares, câmeras fotográficas, lanternas ou qualquer tipo de luz, ÓBVIO – ele me chamou pelo nome (Laetitia, com um sotaque francês engraçadinho!), pediu que segurasse, com a minha mão esquerda, no ombro esquerdo dele (- Com firmeza!, ele brincou), e conduziu-me à minha mesa. </div>
<br><div style="text-align: justify;">
Enquanto Mat me guiava pela escuridão, comentei: - “Me sinto um pouco boba por estar usando óculos aqui!” E ele, dando risada, respondeu: -“De fato, eles não terão muita utilidade”. Depois, explicou detalhadamente o que eu deveria fazer e como os objetos estavam dispostos sobre a mesa.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
Algum tempo mais tarde, Mat voltou com um prato, onde tinha um pão super quentinho e uma mini-embalagem de manteiga – que eu mesma teria que passar no pão, claro. Cortei-o sem grandes dificuldades, abri a manteiga e espalhei-a pelo pão. Moleza! <i>Like a knife through butter!</I></div>
<br><div style="text-align: justify;">
A forma como ele entregava os pratos e os copos era bastante funcional. Mat sempre chegava pela minha direita e dizia “Hi, Laetitia (com aquele sotaque bonitinho!)”, para denunciar que estava lá. Dizendo o que trazia, encostava o prato ou copo no meu ombro direito, de onde eu deveria pegá-los. Ele me orientou para que eu deixasse o copo sempre encostado na parede, do lado esquerdo, para que ele não o derrubasse, quando fosse me servir.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
No escuro, não me senti desesperada, aflita, ansiosa ou qualquer sentimento parecido. Fiquei lá, sentada confortavelmente, apreciando a comida, a minha companhia e a oportunidade de experimentar uma realidade que eu não conhecia. Foram momentos de meditação, de enorme concentração em mim mesma e no que eu estava fazendo. No início foi um pouco complicado, mas bastaram alguns minutos para que os meus olhos (e os demais sentidos) se acostumassem à escuridão (mesmo que eu continuasse sem enxergar absolutamente NADA).</div>
<br><div style="text-align: justify;">
Fiquei brincando de “perder” outros sentidos. Em silêncio - uma vez que fui sem acompanhante e a única pessoa com que eu interagia, quando necessário, era o Mat - fiquei testando como seria tapar os ouvidos, tampar o nariz, prender a respiração, fechar e abrir os olhos, para perceber se fazia alguma diferença. Apalpei tudo que estava ao meu alcance, de cima a baixo, de um lado a outro. Inseri-me no contexto com bastante tranquilidade.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
Mas nem todos pareciam tão tranquilos. Foi interessante notar como o comportamento das pessoas mudava em uma situação extrema como aquela. Elas passavam a falar alto demais! Incomodava até. E, aí, tenho que confessar, me desviava por alguns minutos do processo meditatório no qual eu estava imersa. </div>
<br><div style="text-align: justify;">
O barulho chegava a ser tão grande que, às vezes, os garçons pediam para que diminuíssem o volume de voz, porque eles precisam escutar uns aos outros, para não se trombarem, enquanto caminham pelo restaurante. Será que alguém acha que a cegueira está atrelada à surdez? As pessoas realmente falavam MUITO alto. E, claro, sempre tinha alguém quebrando alguma louça.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
Quando chegou o prato principal (peito de frango grelhado com batatas, vagens e tomates cozidos, e algum outro legume que não fui capaz de identificar) tentei usar garfo e faca. Desisti desta nos primeiros 10 minutos e passei a usar aquele na mão direita e a minha mão esquerda como talher “assistente”. Às vezes, acontecia de tentar colocar um pedaço de comida grande demais na boca e me divertia com a própria falta de destreza! Há de se levar em consideração o desafio acessório que trago comigo: tenho parestesia (falta de sensibilidade) no lábio inferior e no queixo. Por isso, além de tudo, nem sempre eu acertava onde estava minha boca.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
A “irrealidade” da situação - o que me decepcionou um pouco - se fez perceber quando me dei conta de que poderia comportar-me da forma como eu bem entendesse, uma vez que ninguém, supostamente, estaria me vendo. Eu jamais me portaria à mesa daquela forma, se soubesse que outros me estavam observando. Será que estavam?</div>
<br><div style="text-align: justify;">
Gostaria de ver como ficou meu guardanapo depois do jantar. Não me deixaram. Adoraria ter tido filmado o meu comportamento durante a refeição. Não fazia parte do “pacote”. Ao menos me deixaram enxergar na hora de pagar pela comida. Foi um grande alívio! Eu já confundia os dólares canadenses de posse de todos os meus sentidos; imagina na escuridão!</div>
<br><div style="text-align: justify;">
A primeira coisa que fiz, quando saí do blecaute, conduzida novamente por Mat até o bar por onde entrara, foi olhar-me no espelho e conferir se tinha o rosto, o cabelo, as mãos, os dentes ou a roupa suja de comida. Estava tudo ok. Passara no teste.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
É uma experiência que eu realmente recomendo para aqueles que querem ter a chance de entender um pouco mais de um mundo que grande parte de nós desconhece; que, literalmente, grande parte de nós não vê.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
O O.Noir tem um papel importante em ações voltadas aos deficientes visuais, preparando-os e treinando-os para entrar no mercado de trabalho, empregando-os, doando parte dos lucros do restaurante a ONGs que dão assistência a cegos de todas as idades, e ensinando aos que enxergam um pouco mais do modo de vida dos deficientes visuais.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
Saí de lá com duas sensações aparentemente contraditórias: a primeira, de que devo valorizar ainda mais o sentido da visão, que parece tão banal no meu dia a dia; a segunda, de que, apesar das dificuldades enfrentadas, é possível, sim, viver sem enxergar e, mais importante, ter qualidade de vida. </div>
<br><div style="text-align: justify;">
Além disso, hoje, mais do que nunca, tenho grande admiração pela capacidade de desempenho dos deficientes visuais. Porque, se “em terra de cego, quem tem um olho é rei”, lá, naquele lugar, rei para mim era o Mat, que me guiava, orientava e se locomovia com a maior destreza do mundo, em meio àquela gritaria, entre as mesas e os demais garçons.</div>
<br><div style="text-align: justify;">
E para quem me perguntou como foi a experiência, depois do comentário engraçado – mas impróprio – do amigo que me recomendou o O.Noir, passei a responder com outra pergunta: - Você nunca transou no escuro? Então, é mais ou menos assim. No começo é confuso, depois flui naturalmente. </div>
<br><div style="text-align: justify;">
Foto minha, jantando no O.Noir. Desculpa, eu precisava fazer essa piadinha!</div>
<br><div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkdaAlHhy7EImoYmJhStvRDqWvkgq4FcJEfZbspDElw2-3TYoqW0NtI1JWBwcTMkNqsi5pMhOEwV9LEnOIIN6kCSHxiMgkmTwMl8At-IPY6jx6_uGMl-jY2dPHr-Zk_I9wNMKETO0tt7GD/s1600/onoir.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkdaAlHhy7EImoYmJhStvRDqWvkgq4FcJEfZbspDElw2-3TYoqW0NtI1JWBwcTMkNqsi5pMhOEwV9LEnOIIN6kCSHxiMgkmTwMl8At-IPY6jx6_uGMl-jY2dPHr-Zk_I9wNMKETO0tt7GD/s200/onoir.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-41168870629930740142010-08-01T14:19:00.006-03:002010-08-07T15:13:30.542-03:00My Canadian Experience<div style="text-align: justify;">
Como acontece com o povo brasileiro, também não é possível identificar o canadense pela “cara”. E, se não tem cara, o Canadá tampouco tem uma culinária, uma dança, uma música ou uma arquitetura típicas. É um país essencialmente de imigrantes, que os recebe – assim como seus costumes, suas crenças e culturas – de braços abertos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O Canadá é, provavelmente, a nação mais tolerante do mundo e ostenta uma das populações mais cosmopolitas do planeta – mais de 200 etnias estão representadas no país. A cidade de Toronto é o retrato mais óbvio dessa pluralidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Uma em cada seis pessoas que vivem no Canadá não nasceu lá; mais de 40% dos residentes não são descendentes de franceses ou ingleses. Em nenhum outro lugar do mundo há tanta diversidade cultural convivendo em harmonia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Diferente dos EUA, onde, para se conseguir a cidadania americana, é necessário que se assuma o ‘american way of life’, o governo canadense estimula a preservação dos costumes e estilo de vida de cada imigrante. A tolerância e a paz reinam naquela terra gigante. A única coisa que o Canadá não tolera é a intolerância.<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjieos6mQB7kQSJtRsSUEljcTi-Gt2x_BqeZYnKZD43iB0PMHqr5vvMmjnocYEXYD3o4ig_q4d93J1gw0R7LmduebTgPxL6Srvp_6bUBeh1wUU67bQcyczz6QhODFQP17fDvTiKA86u1Biz/s1600/DSC_4264_editada.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjieos6mQB7kQSJtRsSUEljcTi-Gt2x_BqeZYnKZD43iB0PMHqr5vvMmjnocYEXYD3o4ig_q4d93J1gw0R7LmduebTgPxL6Srvp_6bUBeh1wUU67bQcyczz6QhODFQP17fDvTiKA86u1Biz/s320/DSC_4264_editada.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Além da cultura do plural, do direito sagrado de divergir, o Canadá se mostra uma verdadeira terra de concessões, onde nada é feio ou ridículo. Às pessoas é dado o direito total e irrestrito de serem quem desejam ser. Ninguém no Canadá se destaca da multidão, porque lá não existe o incomum. Incomum é ser “normal”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Ninguém liga se você é branco, preto, amarelo, azul ou verde; se você é norte americano, europeu, asiático, marciano ou lunático; se você é protestante, espírita, budista, muçulmano, judeu, agnóstico ou ateu; se você acredita em um, nenhum ou em vários deuses; se você é hetero, homo, bi ou tri – só o Brasil que não podia ser hexa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Nas ruas, as pessoas não têm a preocupação de estarem bem vestidas, penteadas, com a roupa impecavelmente passada a ferro. Ninguém repara se o outro tem o cabelo de 3 ou 4 cores, se a calça está rasgada ou se o soutien por baixo da blusa transparente é vermelho .</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Ninguém liga se você usa meia com chinelo, tiara de estrela que brilha no escuro ou se anda de bicicleta vestido de Papai Noel, em pleno julho, no centro da maior cidade do país. Ninguém repara se suas unhas estão mal feitas, se o salto é alto demais ou se a saia tem pano de menos. Ninguém o recrimina por você dançar feito um espantalho ou cantar com voz de taquara rachada no metrô ou no meio da rua. Ninguém ri da camisa laranja com flores vermelhas do velhinho sentado ao lado no banco do ônibus ou do short da mocinha acima do peso mostrando mais do que seria razoável mostrar em qualquer outro país do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mas lá é o Canadá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Tudo isso pode parecer complexo e intimidador em um primeiro momento, mas logo fica claro que a união de grandes e pequenas culturas do mundo propulsiona um desenvolvimento abrangente e inclusivo, que só tem a agregar à cultura local. E que não pode ser visto em nenhum outro lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Se você está se sentindo meio fora de contexto no seu país, o Canadá pode ser uma boa opção. Lá, você pode ser você mesmo; ninguém vai reparar. Afinal, trata-se do Canadá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mas, saiba disso: o que é proibido por lei é severamente punido. Por isso, também, o Canadá é um dos países mais seguros do mundo, com elevadíssima qualidade de vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Passar 23 dias em um lugar assim, tão permissivo, exacerbou as minhas tendências de ser um pouco relaxada com a minha aparência. Eu brinco que o Canadá me fez mal nesse sentido. Estava sozinha e não tinha ninguém pra me julgar se eu usasse dois dias seguidos a mesma roupa, se saísse sem disfarçar as olheiras com corretivo, sem alisar a franja no secador, sem lixar as unhas - detonadas pelo ato de fazer e desfazer mala a cada 3 ou 4 dias -, usando roupa sem passar e sem lavar o cabelo todo dia. Eu simplesmente fazia um coque no alto da cabeça, mochila nas costas, e saía pelas ruas, sem compromisso com nada. Sem me preocupar com o que podiam estar pensando de mim. E provavelmente não estivessem pensando nada, porque, afinal, eu estava no Canadá. E lá qualquer um se encaixa; nada destoa do contexto geral. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Lugar ideal para boas férias; para ser quem se é!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-34379360472921893542010-07-31T17:01:00.000-03:002010-07-31T17:01:34.677-03:00Desnorteio.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG1iOgrlmu0Ei4oV8krpXWkUCKL87tPKZp9R9WmZyPTcletZAp2nyd-VWrcOuWXX6n883k9WaV1y9G1InvZ7IgLMvB7emetQpltOUG6AqmSLZYI3FQoOlxey6zE0UnnNs0-M6n8V-QI-u1/s1600/Think_by_tasa17%5B1%5D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG1iOgrlmu0Ei4oV8krpXWkUCKL87tPKZp9R9WmZyPTcletZAp2nyd-VWrcOuWXX6n883k9WaV1y9G1InvZ7IgLMvB7emetQpltOUG6AqmSLZYI3FQoOlxey6zE0UnnNs0-M6n8V-QI-u1/s200/Think_by_tasa17%5B1%5D.jpg" width="150" /></a></div><div style="text-align: justify;">Pergunto-me, incansavelmente: onde foi parar minha ingenuidade pueril (aquele misto de desconhecimento cego e inexperiência agradável que me conferia tanta serenidade)? Quem a levou? O tempo?<br />
</div><div style="text-align: justify;">Ah, o tempo! Este intátil e impiedoso que me rouba os anos... quantos ainda será que me reserva?<br />
</div><div style="text-align: justify;">Sento, emudecida, e pondero: que sabor de desnorteio é este que sinto?<br />
</div><div style="text-align: justify;">E a grande estrela do céu, sem questionar, aquece minhas indagações...</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-3488989019357996682010-07-24T06:54:00.000-03:002010-07-24T06:54:00.233-03:00Aprender a voar.Essa viagem me deu asas. E eu estou aprendendo a voar.Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-15136883825651216802010-07-23T23:23:00.002-03:002010-07-31T15:27:31.311-03:00Partnership for Peace."<i>De onde se planta a paz, da paz quero a raiz</i>".<br />
<div><br />
<div style="text-align: justify;">(...)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Este país, de onde escrevo, em meus últimos dias de férias, ficará para sempre em minha memória como o lugar no qual fui capaz de respirar a verdadeira independência. Sinto que, finalmente, criei raízes dentro de mim.</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/hs042.snc4/34475_131668880205312_100000866012170_150626_7451356_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/hs042.snc4/34475_131668880205312_100000866012170_150626_7451356_n.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Em uma permanência pacífica, redescobri um conforto que ficara esquecido em algum lugar pelo sinuoso caminho do autoconhecimento.</div><br />
<div style="text-align: justify;">Foi mais ou menos assim: olhei ao redor e estava sozinha. Vi-me sentada em uma imensa rocha, no topo de uma montanha, deslumbrando aquele horizonte [de possibilidades?] aparentemente infinito. E a natureza, imponente e tranquila, manifestando-se para mim. Parecíamos cúmplices daquele grande evento que estava se passando dentro de mim. Éramos as únicas testemunhas: eu, a natureza, meu coração tranquilo e minha mente esvaziada de anseios.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como era linda aquela paisagem que, de repente, vislumbrei, sozinha, no interior daquele quartinho mal iluminado!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É isso mesmo. Tive essa catarse lá mesmo, sentada em uma cama, pernas cruzadas, olhos, coração e mente abertos, em um quarto desconhecido e silencioso - que muito me dizia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sabe o que isso pode significar? Que talvez eu não precisasse ter vindo tão longe para me reencontrar. Não me arrependo de nada. Passei por experiências incríveis! Mas talvez eu apenas devesse ter deixado a solidão manifestar-se, sem nada temer. E, assim, quem sabe, eu tivesse compreendido a importância e a satisfação de estar realmente só. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Definitivamente, não me amei à primeira vista. Talvez tenha faltado apenas uma segunda olhada para que eu reconhecesse neste patinho, feio e desajeitado, um cisne, elegante e confiante de si. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Porque foi isso que aconteceu: acabei descobrindo que posso, sim, ser apaixonante. Mas só para quem for capaz de me enxergar com os meus próprios olhos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E estes, sinto informar, somente a mim foram dados.</div></div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-51748636009621513392010-07-22T18:34:00.001-03:002010-07-22T18:34:34.321-03:00Epifania.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM7C-YNdvjVJFEwZOsY2tL0M87dIzjr9ojv4kvDXXz2xtey39u5hULYDVq2ZhNQwP1VOjKwS7vd5j0_2EnFzhF5F8MvCcqYNu57e0adBOK5-8PeIhZbH_no9RFkzFVmlck6IfSO8QkTxi0/s1600/ist2_1556511-happiness.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM7C-YNdvjVJFEwZOsY2tL0M87dIzjr9ojv4kvDXXz2xtey39u5hULYDVq2ZhNQwP1VOjKwS7vd5j0_2EnFzhF5F8MvCcqYNu57e0adBOK5-8PeIhZbH_no9RFkzFVmlck6IfSO8QkTxi0/s320/ist2_1556511-happiness.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“<i>Poucas vezes em minha vida tive momentos de absoluta clareza. Como quando, por alguns segundos, o silêncio abafa o ruído e eu posso sentir mais do que pensar. As coisas parecem tão claras. O mundo parece tão renovado. É como se o mundo todo começasse a existir. Não posso prolongar esses momentos. Me apego a eles, mas, como tudo, eles se desvanecem. Minha vida foi vivida nesses momentos. Eles me trouxeram de volta ao presente e percebi que tudo é exatamente como deveria ser</i>”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
George, personagem do filme “A Single Man” (2009).</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-65869239286356482442010-07-16T13:45:00.003-03:002010-07-31T15:28:02.915-03:00Voa, coração!<div style="text-align: justify;">Considero-me, apesar das crises de identidade, uma pessoa razoável e coerente quase que a maior parte do tempo. Até nos defeitos - porque os carrego sempre comigo. Mas a verdade é que, nas últimas semanas, eu vinha convivendo com uma incoerência de personalidade - logo eu, que tanto condeno a incoerência - que, se por um lado me conferia certo equilíbrio, por outro, me confundia um bocado. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Talvez fossem minhas duas <a href="http://lecaruso.blogspot.com/2010/07/duas-em-mim.html">inquilinas</a> manifestando-se desordenadamente, brigando por espaço, em uma sufocante batalha interna entre razão e emoção. Porque eu posso, muitas vezes, ser exata, matemática e científica; mas meu coração fala alto e chora por pouco. E como é imenso! Sem, contudo, ser grande o bastante para carregar, resignado, as limitações que de mim se exteriorizam e as frustrações que sou especialista em colecionar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por conta disso, vinha alternando momentos de profunda paz interior e satisfação de ser quem eu sou, com picos momentâneos, mas agudos, de desorientação e questionamentos. <b>Sentia-me tão perto de me reencontrar quanto de me perder por completo</b>. Eram os evidentes altos e baixos de uma pessoa inquieta como eu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fato é que meu coração encontrava-se sufocado e dominado por sentimentos tāo frustrantes, que eu já não podia fazer qualquer coisa para acalmá-lo. Instaurava-se um furacão, com a maior facilidade, dentro do meu peito. E eu cometia erros infantis e colocava tudo a perder.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje, aprendi que nāo posso sufocar tais sentimentos e, na maioria das vezes, sequer controlá-los. Mas que posso, sim, lidar racionalmente com eles, em quase todas as situações. Basta, para isso, dar-me o tempo necessário para compreendê-los e, só entāo, tomar qualquer açāo. Simplesmente não agir sem antes pensar; parece fácil, não?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mais que isso, hoje sei que o caos, que às vezes me acompanha, pode ser útil para desafogar o coração; para eliminar aquilo que o envenena, deixando-o leve. E coração leve é mente livre.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
Assim, liberdade e leveza dão espaço à expressão verdadeira da minha essência, que, então, abre-se a possibilidades reais de transformação e crescimento interior.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIX98z74Y7MnrxwLUoUK-e7eMTe7FF3KJfZhNUu-PpdusQqmnw5HzQ4fcsUXD63TX-eIIqKjKZZ2UfqroqeN1QNAK_7985-6pdgSmpnivYV5HJl_CKMxWSKbkjPZwvD4LZuLlK8qD28jta/s1600/clouds,freedom,heart,sky-1ed9f02959cb94591d1ed449e2ad7f76_h.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIX98z74Y7MnrxwLUoUK-e7eMTe7FF3KJfZhNUu-PpdusQqmnw5HzQ4fcsUXD63TX-eIIqKjKZZ2UfqroqeN1QNAK_7985-6pdgSmpnivYV5HJl_CKMxWSKbkjPZwvD4LZuLlK8qD28jta/s320/clouds,freedom,heart,sky-1ed9f02959cb94591d1ed449e2ad7f76_h.jpg" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><br />
Esses têm sido os meus dias por aqui, em férias desse dramático mundo hiperbólico de anseios e preocupações que me tragavam para a escuridão.<br />
<br />
Como eu disse, são somente férias. É provável que, estando de volta, eu me depare com o caos mal resolvido que deixei para trás quando, entre soluços e lágrimas, vim brincar de ser independente. No entanto, isso já não me preocupa muito. Porque a situação pode ser a mesma, mas eu, definitivamente, não sou.<br />
<br />
Só falta, agora, me livrar deste gostinho amargo - resquício de palavras e gestos nada doces que eu manifestei - que não quer me abandonar.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_cwejcdPQPww/SrKX2WBb2FI/AAAAAAAAACo/uZYc5XGuDBI/s1600-h/clouds,freedom,heart,sky-1ed9f02959cb94591d1ed449e2ad7f76_h.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>"<i>Voa, coração, que a minha força te conduz; que o sol de um novo amor, em breve, vai brilhar. Vara a escuridão, vai onde a noite esconde a luz; clareia seu caminho e acende seu olhar. Vai onde a aurora mora e acorda um lindo dia. Colhe a mais bela flor, que alguém já viu nascer. E não se esqueça de trazer força e magia, o sonho, a fantasia e a alegria de viver</i>."</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-43049705478058355512010-07-15T17:23:00.005-03:002010-07-31T15:31:38.088-03:00Liberdade.<div style="margin: 0px;"></div><div style="margin: 0px;">"Como um pássaro estarei a voar...</div><div style="margin: 0px;">E minha alma a flutuar...</div><div style="margin: 0px;">Livre como o pássaro no ar...</div><div style="margin: 0px;">Deixo a paz me dominar".</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/hs133.snc4/36986_126995394005994_100000866012170_129497_5019632_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="http://sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/hs133.snc4/36986_126995394005994_100000866012170_129497_5019632_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="http://sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/hs133.snc4/36986_126995394005994_100000866012170_129497_5019632_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="http://sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/hs133.snc4/36986_126995394005994_100000866012170_129497_5019632_n.jpg" width="320" /></a><a href="http://sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/hs133.snc4/36986_126995394005994_100000866012170_129497_5019632_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a><a href="http://sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/hs133.snc4/36986_126995394005994_100000866012170_129497_5019632_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a></div></div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-76552851307563348662010-07-14T22:38:00.005-03:002010-07-14T22:38:00.245-03:00You'll Be In My Heart<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">[Para a pessoa mais importante da minha vida. Dentro de 10 dias estaremos juntos novamente.]</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuw4vKVLC0O6Lt3k9ClqXclrvSFSQDI-xzIqb8a0OciH8PUaKw_OJeIMlFACL7Alf6RpYkKm9-qGNGynkXN7pDaQwkrYtx2tVHBqmKTAfnfqAHgFKfPJPFSyS42-nBx0Srph3VL0-wTieU/s1600/DSC01778_04072003.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuw4vKVLC0O6Lt3k9ClqXclrvSFSQDI-xzIqb8a0OciH8PUaKw_OJeIMlFACL7Alf6RpYkKm9-qGNGynkXN7pDaQwkrYtx2tVHBqmKTAfnfqAHgFKfPJPFSyS42-nBx0Srph3VL0-wTieU/s320/DSC01778_04072003.JPG" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="" style="clear: both; text-align: justify;">"Come stop your crying, it will be all right. Just take my hand, hold it tight. I will protect you from all around you, I will be here, don't you cry. For one so small, you seem so strong. My arms will hold you, keep you safe and warm. <b>This bond between us can't be broken</b>. I will be here, don't you cry. 'Cause you'll be in my hear, yes, you'll be in my heart, from this day on now and forever more. You'll be in my heart, no matter what they say, you'll be here in my heart, always. Why can't they understand the way we feel? They just don't trust what they can't explain.I know we're different but, deep inside us we're not that different at all. Don't listen to them, 'cause what do they know? We need each other, to have, to hold. They'll see in time, I know. When destiny calls you, you must be strong, <b>I may not be with you, but you've got to hold on.</b> They'll see in time, I know, we'll show them together. 'Cause you'll be in my heart, yes, you'll be in my heart, from this day on, now and forever more. You'll be in my heart, no matter what they say. You'll be here in my heart, always".</div><div class="" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-47687296217272030942010-07-13T23:46:00.005-03:002010-07-13T23:46:00.622-03:00Diário de viagem.<div style="text-align: justify;">"<i>And those who were seen dancing were thought to be insane by those who could not hear the music</i>".<br />
<br />
Neste espaço momentâneo de liberdade, minha natureza questionadora ausentou-se de mim. Noutros tempos, eu mal conseguia entender o que me agarrava tão fortemente a ela; neste instante, observo-a apenas de longe. E, assim, desvendo um pouco mais da minha essência; sobra mais espaço para estar em consonância comigo mesma.</div><div style="text-align: justify;"><br />
Nesta solidão, que nada tem a ver com ressentimento de estar sozinha, reconheço apenas a minha existência. Não estou para ninguém, só acessível para mim mesma. </div><div style="text-align: justify;"><br />
Enquanto, em uma cafeteria, tomo um '<i>Icespresso</i>', sentada à mesa de uma calçada qualquer, escrevo* nisto, que passei a chamar de ‘diário de viagem’. Trata-se de um caderninho que ganhei, antes de partir, de alguém que achou que eu faria bom uso dele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0WPFSmORnS554U_uqX1opQR9pL_nCNNv6uDjyhlVfDqjtR6LnhhgveL1P0XRNqmQYhnJPHUa7BFUZVBKrWtQC8zxqTOxIBIdCIGtz2HeGiS4_bQulDK2qC0jhlMfavckkvb_LrhzwdRwY/s1600/GirlCafeParis.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0WPFSmORnS554U_uqX1opQR9pL_nCNNv6uDjyhlVfDqjtR6LnhhgveL1P0XRNqmQYhnJPHUa7BFUZVBKrWtQC8zxqTOxIBIdCIGtz2HeGiS4_bQulDK2qC0jhlMfavckkvb_LrhzwdRwY/s320/GirlCafeParis.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">Não estou na minha zona de conforto, mas me sinto incrivelmente confortável. Não estou na mesa de sempre do meu café habitual, não aguardo chegar um velho amigo que me fará companhia durante o almoço, sequer tenho comigo meu celular. Somos apenas eu e a alegria de estar desfrutando da minha própria companhia. É um bocado revigorante!</div><div style="text-align: justify;"><br />
Porque aqui ninguém se preocupa com o que eu sou ou deixo de ser. Neste lugar desconhecido, sou mais uma no compasso anônimo da solidão urbana. E ela bate tão forte quanto o coração que levo no peito, exultante com a não obrigação de roteiro, horários ou destinos. É a mais fascinante das liberdades: a do deslocamento sem compromisso com nada. </div><div style="text-align: justify;"><br />
Sinto-me como uma pessoa que há muito não se permitia dançar, mas que, hoje, resolveu, sem medo de ser feliz, arriscar alguns passos de dança, aqui mesmo, nesse país que sequer possui uma dança que o caracterize.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E como é bom dançar!</div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
*Esse texto - como muitos dos que tenho postado no blog - foi originalmente escrito à mão, nas páginas de um caderninho que, de fato, me foi dado com esse propósito.</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-20753002064417457602010-07-12T23:49:00.001-03:002010-07-12T23:49:00.210-03:00Niagara Falls.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">"<i>I got no time to be where I don't need to be</i>".</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://farm2.static.flickr.com/1139/809975178_88582f7042.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://farm2.static.flickr.com/1139/809975178_88582f7042.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje saí, sem rumo, para brincar de ser turista independente, nesta cidade aonde há pouco cheguei; saí para brincar de ser eu mesma. E, acreditem, adorei a brincadeira!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As lembranças do meu país, da minha língua materna e das pessoas que eu amo me dão a noção de referência que eu preciso para não me sentir perdida aqui, acima da linha do Equador.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas, sentir-me perdida, já não me importa tanto. Como já não me importa o fato de não conseguir manter os cabelos arrumados (culpa da umidade do ar), de ter o pescoço sempre suado pelo calor quase insuportável e os pés inchados de tanto andar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pés, estes, que têm me levado por caminhos nos quais nunca me sinto sozinha, apesar de estar. Só o vento me dá a direção. E, por esses caminhos, sigo sem olhar para trás, no pretexto de viver mais um dia de paz e felicidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E, assim, aos poucos, mudo a minha forma de ver o mundo. Ou, ao menos, esse pedacinho do mundo. Talvez o mundo, daqui, me veja diferente também. Eu me sinto diferente...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E sorrio à toa!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*O chocolate quente, de que eu tanto gosto, nesse calor, ficou inviável. Minhas paradas em cafeterias, aqui, são regadas a '<i>Icepresso</i>', '<i>Frappuccinos</i>' ou '<i>Peach Lemongrass Iced Tea</i>', que eu adoro e são muito refrescantes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8628613450917396535.post-80911840647286919842010-07-11T23:11:00.017-03:002010-07-11T23:11:00.812-03:00Eu escrevo para ser feliz.<div style="text-align: justify;">Como a viagem não me consente muito tempo para blogar (ótimo sinal!), deixo que o grande Ferreira Gullar fale por mim. O assunto é poesia, embora eu acredite que isso valha para toda forma de palavra escrita.<br />
<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8cB0uCf6Y5Ak1FtQ4b7aB9ayTrXjSDTSs47t3e9X4GdhbAjK7emmOkkr4clKInuxkl3RyfsC-3Y6mg3yBlNnSyp2McYiwsvAYN9nD-GjkgDCmwIRj_DXRDrY1FBdIDCUdtQr12n3PrKc/s1600/ferreira_gullar.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8cB0uCf6Y5Ak1FtQ4b7aB9ayTrXjSDTSs47t3e9X4GdhbAjK7emmOkkr4clKInuxkl3RyfsC-3Y6mg3yBlNnSyp2McYiwsvAYN9nD-GjkgDCmwIRj_DXRDrY1FBdIDCUdtQr12n3PrKc/s1600/ferreira_gullar.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8cB0uCf6Y5Ak1FtQ4b7aB9ayTrXjSDTSs47t3e9X4GdhbAjK7emmOkkr4clKInuxkl3RyfsC-3Y6mg3yBlNnSyp2McYiwsvAYN9nD-GjkgDCmwIRj_DXRDrY1FBdIDCUdtQr12n3PrKc/s200/ferreira_gullar.jpg" width="182" /></a></div><div style="text-align: justify;">“(...) quando vou escrever (...), a página está em branco, e isso significa que todas as possibilidades estão abertas, são infinitas. No momento em que sorteio uma palavra, reduzo as possibilidades, o acaso é menor. Mas não sei o que vai acontecer. </div><div style="text-align: justify;"><br />
(...) (Escrever) é cura, não doença. Escrevo para ser feliz, para me libertar do sofrimento, não para sofrer. <b>É a alquimia da dor em alegria estética</b>. Mesmo quando a coisa é doída, amarga, naquele momento a transformo no ouro (que é a escrita) (...). Discordo quando dizem que a arte revela a realidade. Na verdade, a arte inventa a realidade. Afirmam que Shakespeare revelou a complexidade da alma humana; não, ele inventou a complexidade da alma humana. Nós vivemos no mundo da cultura. (...) (Escrever) é uma dessas criações, no terreno da fantasia, que existe porque a vida não basta. <b>Eu escrevo para ser feliz, escrevo porque estou me inventando, para ser melhor do que sou</b>. </div><div style="text-align: justify;"><br />
Eu sou incoerente, e a minha obra é incoerente. Não tenho a preocupação da coerência. <b>Se há alguma, está na busca, que muda sempre,</b> <b>porque, enquanto vivo, critico, penso, repenso e invento as coisas que experimentei</b>. Se você quer (escrever) (...), se sente dentro de si essa necessidade, deve se entregar a ela sempre com paixão, pois não se inventa a realidade de graça”.<br />
<br />
<b>TRADUZIR-SE</b><br />
<br />
Uma parte de mim<br />
é todo mundo:<br />
outra parte é ninguém:<br />
fundo sem fundo.<br />
<br />
Uma parte de mim<br />
é multidão:<br />
outra parte estranheza<br />
e solidão.<br />
<br />
Uma parte de mim<br />
pesa, pondera:<br />
outra parte<br />
delira.<br />
<br />
Uma parte de mim<br />
almoça e janta:<br />
outra parte<br />
se espanta.<br />
Uma parte de mim<br />
é permanente:<br />
outra parte<br />
se sabe de repente.<br />
<br />
Uma parte de mim<br />
é só vertigem:<br />
outra parte;<br />
linguagem.<br />
<br />
Traduzir-se uma parte<br />
na outra parte<br />
- que é uma questão<br />
de vida ou morte -<br />
será arte?<br />
<br />
(Ferreira Gullar) </div>Letticia Carusohttp://www.blogger.com/profile/06799372116612754883noreply@blogger.com0